Biogeografia
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Aula nº | 9 |
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Cobertura vegetal
- Vegetais: se alimentam dos gases da atmosfera, da água e dos elementos minerais do solo. Realizam fotossíntese - requer energia da radiação solar
- Biota: conjunto dos seres vivos, animais e vegetais que vivem na superfície
- Fitomassa: quantidade de material vegetal
- Vegetação: cobertura total de plantas de uma área, com uma ou mais comunidades vegetais
- Fatores que determinam a cobertura vegetal: luz; altitude; solo; latitude; clima (temperatura e umidade); ação antrópica
- Cobertura vegetal é dividida, de acordo com características semelhantes, em biomas - paisagens naturais em que o solo, relevo, fauna e demais elementos da natureza integram entre si
Formações vegetais
A vegetação sempre está condicionada ao clima. Ou seja, é em função das condições climáticas que a vegetação irá se desenvolver, atingindo portes e folhagens diferenciados. Assim, há diversas formações vegetais no planeta, tanto quanto a diversidade de climas e solos permite.
Grau de umidade
Quanto ao grau de umidade, as formações vegetais se classificam em quatro grandes grupos:
- Halófitas: adaptadas a ambientes salgados.
- Xerófitas: comuns em climas áridos e semiáridos.
- Higrófitas: típicas de ambientes úmidos.
- Hidrófitas: quando sua ocorrência acontece dentro d’água.
Formação
Em relação à formação vegetal, temos as seguintes características:
- Arbórea: árvores de grande porte.
- Herbácea: vegetação de campos.
- Litorânea: submetida à ação do mar.
- Arbustiva: árvores de pequeno e médio porte.
- Desértica: vegetação descontínua.
Folhas
As folhagens assim se apresentam:
- Caducifólias: quando as folhas caem em determinada estação do ano.
- Perenifólias: perenes, sempre com folhas.
- Aciculifoliada: folhas em formas de pontas.
- Latifoliada: folhas largas.
Variedade
Divide-se em dois grupos principais:
- Homogênea: predomínio de uma espécie.
- Heterogênea: várias espécies no mesmo ambiente.
Em decorrência de chuvas abundantes, altas temperaturas e a intensa luminosidade que favorecem o surgimento e desenvolvimento de inúmeras espécies, a maior diversidade de formações vegetais ocorre em regiões de baixa latitude. Ao passo que se avança para as altas latitudes, em direção aos polos, onde a luz é escassa e as temperaturas são baixas, a diversidade de formações vegetais diminui.
As principais formações vegetais do planeta estão assim divididas:
Tundra
Vegetação rasteira constituída por musgo, liquens e gramíneas. Por localizar-se em regiões de climas subpolares, desenvolve-se somente durante os três meses em que ocorre o verão, onde há degelo.
Floresta boreal (taiga)
Bioma típico da zona climática temperada. Formação florestal homogênea com predomínio de coníferas. Foi largamente explorada para a retirada de madeira. Atualmente, a extração de madeira é obtida através de árvores cultivadas (silvicultura).
Floresta subtropical e temperada
Formação florestal caducifólia comum em climas temperados e subtropicais. Em virtude da exploração agrícola e da urbanização, atualmente, restam poucas áreas com a cobertura original.
Vegetação Mediterrânea
Ocorre em regiões de climas mediterrâneos. Caracteriza-se originalmente por bosques que se distribuem de forma espaçada. O cultivo da oliveira para fins comerciais substituiu as formações originais. Predominam espécies arbustivas, como maquis e garrigues, além de árvores de pequeno e médio porte.
Pradaria
Vegetação encontrada em clima temperado continental, composta por gramíneas, muito utilizada como pastagem. Um dos solos mais férteis do mundo, o tchernozion (terras negras), pode ser encontrado nas pradarias da Rússia e Ucrânia.
Estepe
Possui vegetação herbácea. Desenvolve-se em uma faixa de transição entre os climas tropicais e desérticos (Sahel, África) e temperados e desérticos (Ásia Central).
Deserto
Apresenta vegetação xerófita, com raízes profundas para retirar água do lençol freático. Os cactos estão entre as espécies mais representativas do bioma. Bioma presente principalmente nas regiões entre os trópicos.
Savana
Vegetação complexa que apresenta estrato arbóreo, arbustivo e herbáceo. Como característica marcante dessa formação vegetal, tem-se a ocorrência de uma estação seca (inverno) e outra chuvosa (verão). Sua área tem sido muito usada para a prática da agropecuária.
Floresta equatorial e tropical
Formação florestal situada em regiões quentes e úmidas da zona intertropicall. Possui temperaturas e pluviosidade elevadas, o que origina espécies heterogêneas e latifoliadas, além de comportar a maior biodiversidade do planeta.
Vegetação de altitude (Montanha)
As diferenças de altitude ocasionam variações de temperatura e pluviosidade. Assim, na medida em que a altitude se eleva, diminui a temperatura, os solos ficam mais rasos e a vegetação mais esparsa. Dessa dinâmica surgem áreas florestais nas regiões mais baixas e, nas mais elevadas, campos de altitude.
Características da vegetação brasileira: os domínios morfoclimáticos
Domínios Morfoclimáticos ou Morfoclimatobotânicos correspondem a uma classificação criada pelo geógrafo Aziz Nacib Ab´Saber, a qual nos permite conhecer as características das formações vegetais de maneira integrada com os demais aspectos naturais, tais como relevo, estrutura geológica, clima, hidrografia e solo.
Ao todo, o Brasil possui seis domínios morfoclimáticos: Amazônico, Cerrado, Mares de Morros, Araucárias, Caatinga e Pradarias. No encontro desses domínios, situam-se as chamadas “Faixas de Transição”, que possuem características naturais heterogêneas.
Domínio amazônico
O Domínio Amazônico abrange extensas áreas da Região Norte do Brasil, além de penetrar em outros países da América do Sul, como Venezuela, Peru, Colômbia, Suriname, Bolívia, Equador e o território da Guiana Francesa.
Caracterizado como terras baixas florestadas equatoriais, é constituído por uma pluralidade vegetal, típica de climas equatoriais úmidos, com três tipos de florestas interdependentes: igapó, várzea e terra firme.
A própria vegetação amazônica recicla os nutrientes necessários a sua existência (floresta autotrófica), por meio das folhagens que, sobre o solo, se transformam em material orgânico. Em virtude disso, a devastação desse domínio morfoclimático representa danos irreparáveis ao ecossistema.–
Sua diversidade biológica torna-a cada vez mais preciosa para os diversos setores industriais e biopirataria.
Domínio do Cerrado
O domínio dos chapadões tropicais, com cerrados e florestas-galerias, geograficamente ocupa grandes extensões do Brasil Central, sendo marcado por verões chuvosos e invernos secos. Os solos desse domínio possuem baixa fertilidade natural, sendo a acidez corrigida pelo processo de calagem. Nesse domínio, encontram-se desde formações campestres até florestas densas. Devido à carência de nutrientes no solo, os arbustos presentes no cerrado apresentam troncos e galhos retorcidos, cascas grossas e raízes profundas.
Sua importância socioambiental e riqueza vêm sendo destaques nas últimas décadas, em decorrência de uma rápida e cada vez maior ocupação agropecuária. O Complexo do Pantanal, maior planície de inundação contínua do mundo, situa-se nesse domínio
Domínio dos Mares de Morro
Destacando-se pelos processos de erosão e intemperismo sobre a sua estrutura cristalina, o domínio das áreas mamelonares tropical-atlânticas florestadas estende-se no sentido norte-sul, margeando a costa atlântica. A denominação “Mares de Morros” se dá em decorrência das formas arredondadas dos topos mais elevados dos planaltos e serras do Atlântico leste-sudeste
A vegetação desse domínio é plural, genericamente denominada Mata Atlântica, altamente devastada devido aos ciclos econômicos que modificaram o seu espaço natural.
Domínio das araucárias
O domínio dos Planaltos Subtropicais com Araucárias abrange as áreas dos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Região Sul do Brasil).
A temperatura e a pluviosidade oscilam, de acordo com a altitude, pela influência da massa de ar Polar Atlântica. Dessa combinação surgem formações vegetais, como as araucárias, campos de gramíneas. Em sua porção norte, encontram-se manchas de cerrados.
A intensa extração vegetal, pelas indústrias madeireiras, e práticas ligadas à agropecuária modificaram a paisagem desse ecossistema.
Domínio da Caatinga
Estendendo-se pela faixa semiárida nordestina, nas depressões intermontanhas e interplanálticas semiáridas, esse domínio é caracterizado pela escassez e irregularidade pluviométricas. As condições climáticas acarretam longos períodos de estiagem e rios intermitentes
Suas espécies vegetais são adaptadas às elevadas temperaturas e aridez. Em regiões de maior umidade, aparecem trechos de matas úmidas, conhecidos como brejos.
O Rio São Francisco atravessa esse domínio, possibilitando aproveitamento hidrelétrico e projetos de irrigação.
Domínio das Pradarias
As Coxilhas Subtropicais, com Pradarias Mistas, é o domínio de menor extensão. Destaca-se pelo predomínio de vegetação rasteira, composta por gramíneas (pampas gaúchos).
A pecuária e a produção monocultura têm provocado perda da fertilidade dos solos e aumento de processos erosivos na região.
Domínios Morfoclimáticos - Brasil Escola | Youtube
Biomas Brasileiros
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) define um bioma como um agrupamento de vida vegetal e animal, que pode ser identificado em determinado lugar, se desenvolveu sob condições de clima e geologia semelhantes e que, historicamente, sofreu o mesmo processo de formação de paisagem, criando a mesma biodiversidade.
"Você sabe como surgiu a #Caatinga? Sabia que ela é o único bioma endêmico do Brasil? Sabia que ela pode virar um deserto?" | Tweet @PedroHTunes
Impactos ambientais
Evolução anual da cobertura e uso da terra (1985-2021)
O Projeto de Mapeamento Anual do Uso e Cobertura da Terra no Brasil é uma iniciativa que envolve uma rede colaborativa com especialistas nos biomas, usos da terra, sensoriamento remoto, SIG e ciência da computação que utiliza processamento em nuvem e classificadores automatizados desenvolvidos e operados a partir da plataforma Google Earth Engine para gerar uma série histórica de mapas anuais de uso e cobertura da terra do Brasil.
Qual foi o estrago nos biomas brasileiros de 2000 a 2018
Estudo do IBGE mostra redução de áreas verdes no país antes das crises do governo Bolsonaro. Maior parte da vegetação na Amazônia e no Cerrado se converteu em áreas de agricultura
"Poucos sabem, mas existe um deserto do tamanho da Inglaterra no interior do Brasil" | Tweet @joaofellet
Cerrado ameaçado
Com 45,6% de sua vegetação original alterada, o bioma está se tornando mais quente, seco e propenso a grandes queimadas
Nos últimos 36 anos, o Cerrado perdeu quase 20% do que restava de sua vegetação original. De 1985 a 2020, cerca de 26,5 milhões de hectares contendo os três principais tipos de formação nativa (campos, savanas e florestas) deram lugar a novas áreas de criação de gado e produção em larga escala das principais commodities agrícolas brasileiras, segundo o mais recente relatório do Projeto de Mapeamento Anual do Uso e Cobertura da Terra no Brasil, o MapBiomas, divulgado em setembro deste ano. A área de campos, savanas e florestas perdida nesse período equivale quase ao território do Equador e é maior do que a de outros 120 países.
Evolução do antropismo na Amazônia Legal | IBGE
Como o desmatamento pode levar a Amazônia ao colapso
Sem cobertura vegetal suficiente, maior floresta tropical do mundo poderia se transformar em bioma como a savana e o cerrado, segundo estudos. Hipótese não é consenso entre cientistas
A savanização da Amazônia, segundo estudos, se inicia a partir do chamado ponto de não retorno, momento em que a floresta não tem mais capacidade de se regenerar diante do desmatamento, da degradação ambiental e dos efeitos da mudança climática em curso.
Outros
Questão cancelada UNICAMP 2022 - Biomas no continente africano